sábado, 3 de janeiro de 2009

Depressão


Quando monstros mudos gritam meu nome
Meus olhos não vê nada além da escuridão
Procuro aquele que me dirá: “Isso irá te salvar, tome”
Mas todos ao meu redor, no final, me negarão

Tijolos dourados me guiam num caminho desconhecido
O amor que desejo, some numa alto estrada
Na verdade nem reconheço a face do meu ente querido
E isso acaba com a esperança que mal foi criada

Não sinto seu toque, nem aqui e nem ali
Minha vontade é de chorar num quarto solitário
Bem que a janela se quebre, mostrando que é perigoso ficar aí
Porém, mesmo que eu me corte, nada piorará meu triste amparo

O sangue desce, e minha teimosia me aponta o dedo
Quem me dera xingar para a dor libertar
Mas de que adianta gritar, se nada pode acabar?
Mas penso: “Ontem foi um dia melhor, ás lágrimas foram escassas”
E meu pesadelo me toma, me acaba, me mata devassa

Adormeço com uma infinidade de cores
E com a junção delas, o branco veio me iluminar
A madrugada me alivia o tomento dessas dores
E o vento veio me levar para passear

A carícia dele toma meus cabelos
E sinto que pela primeira vez sinto que sou querida
Isso é o amor? Ou apenas o desejo de ser iludida?
Deus! Eu sei que aqui estou para estar encontrada
(E não... não perdida)

Acaba meu sonho ao ver que a realidade puxa minha alegria
E que os espíritos me atormentam, usando táticas de investida
Isso abre a ferida, do corpo e da alma, me fazendo chorar
Onde caio num lugar onde não sei por onde olhar

Talvez eu tenha ficado cega
E que eu mereça morrer numa cadeira elétrica
Meus pecados pagarei com sangue
E os mortos me levarão em transe
Em um caminho torto, seguindo a direção do cemitério
Para uma cova mais profunda e dolorosa que um adultério.